sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Descolorir

Eu quero me descolorir
Talvez seja melhor me pintar de preto e branco
E nunca acordar
Tenho a sensação de nunca chegar em algum lugar

Eu quero sair da monotonia
Que só me faz mal, me deixa vazia
Quero ter um novo jeito de olhar
Sorrir pro mundo, deixar a chuva passar

Quero me vestir de pensamentos
E um vestido de cetim azul
Quero ir de acordo com o vento
Deixar que me leve de norte a sul

Eu quero trilhar novos horizontes
Ir em lugares distantes, onde não vão me encontrar
Quero procurar novos motivos
De sorrisos infinitos que eu ainda irei dar.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Minha mania

Me diga que está triste que eu vou querer te dar colo
É mania minha, cuidar dos outros sem nem cuidar de mim
Assim os dias vão passando
E a vida nem percebe quanto tempo já foi
Que ainda seja possível uma mudança de planos
Me diga que está triste que eu vou querer te fazer sorrir
É mania minha, encontrar em outros olhos a alegria que falta em mim
Que seja plausível uma nova rota de fuga
Que a motivação das decisões dure mais que a poeira da lua
E chegue além da próxima curva
É mania minha fazer suposições.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Deixa

Deixa chover, o tempo passar
Deixa o mar acalmar
Deixa as mudanças tomarem seu lugar

Deixa ir, deixa viver
Não queira impedir o que tem que ser
Deixa seguir

Deixa de procurar, de se envolver
Deixa de se preocupar
A vida será como foi feita pra ser.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Cresceu...

Do carrossel em que brincava se esqueceu
O ursinho em meio ao tempo se perdeu
As bonecas foram deixadas de lado
A menina que brincava com elas cresceu

Foi descobrir outros rumos, outras alegrias
Novos brinquedos, novas manias
Ao crescer encontrou o amor
No rapaz simples que lhe trouxe uma flor

E agora está em outro mundo
Cheio de cores e sorrisos profundos
Esperando viver seu conto de fadas
Tentando voar com suas próprias asas.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Talvez fosse...

Ela estava pensativa e melancólica naquele dia.
Tentava afastar os pensamentos ruins mas não tinha jeito, eles sempre voltavam.
Era um tormento, uma dor, uma situação estranha e seu coração gritava.
Se alguém pudesse ouvir seus gritos através das paredes daquele quarto, se as janelas não estivessem trancadas e cobertas com aquela cortina escura.
Ela estava triste e sem saber o por quê. 
Não havia palavra ou poesia capaz de lhe arrancar um sorriso, nem a luz do dia que raiava com todo seu brilho do lado de fora da casa.
Seus olhos lacrimejavam mas as lágrimas não escorriam, ela se recusava a chorar sem motivo. As mãos secavam as gotas de tristeza antes que pudessem escorrer por sua face.
De algum jeito ela sabia que seu coração clamava por piedade de alguém que fosse capaz de fazê-la sorrir de novo. E nada sabia além disso.
Pensou e não encontrou explicação, talvez fosse só falta de amor.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Não sabia ser intensa além de sentir...

Não sabia ser intensa além de sentir, nem se expressar e conseguir explicar tudo o que passava na sua cabeça de menina apaixonada. Muito menos tinha coragem pra tentar falar sobre tudo o que queria. Ela só sentia.
Às vezes uns versos no papel expressavam suas verdades, mas sempre com um véu pra esconder alguma coisa, algum segredo, alguma confidência.
Confidências essas feitas somente entre a men
te e o coração, numa tentativa de entendimento entre os dois. Um que tanto machucou o outro, outro que tanto confundiu um.
Não sabia falar sequer sobre uma gota do oceano de razões que havia dentro de si. Da imensidão de porquês não respondidos e respostas sem questionamento que encontrava em suas divagações.
Não sabia ser intensa além de estar ali. Estar presente em todos os momentos possíveis, colecionando mais razões e mais verdades.
Juntando prazeres aos amores, e guardando tudo numa caixa invisível.
Se pudesse contaria aos quatro cantos do mundo, todas as vontades de sua alma jovem e ainda pura. Mas não sabia ser intensa além de sentir.
Sua intensidade escondida atrás de seus olhos, como num redemoinho de formas e vento. Tentando preservar a menina, para se revelar em outro momento.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Eu queria...

No fundo eu queria acreditar
em seres de outro mundo
em fadas e tudo mais que emana algum brilho ou luz

Na verdade eu queria acreditar no nascer do sol
e que ele renova as energias de quem anda cansado
Queria acreditar que uma canção pode definir uma vida
e que as estrelas cadentes realizam desejos de apaixonados

Queria ser adepto de uma vã filosofia
pra juntar  os pedaços de tantas utopias
e talvez assim
acreditar nas palavras que são ditas. 


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Metade

Hoje eu estou metade
Metade sim, metade não
Um completo talvez
E metade de um sorriso

Hoje eu estou guardando meias promessas
Meias palavras e meios sonhos
Desfrutando metade dos momentos
Vivendo metade dos enganos

Hoje eu estou metade de mim
Metade dos meus segredos
Me escondendo de meus medos inteiros
Dessa mudança de planos.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Sabe filho?

 Filho, sabe o que é amor de verdade? 
Aquele bem maior que a saudade ? 
Que resiste a qualquer distância, mas é vítima da desconfiança? 

Já sentiu filho? O bater de asas de uma borboleta? 
Um incômodo no estômago que de tão bom te faz arrepiar?
Quando você encontrar alguém que te deixe de pernas bambas
E que te faça rir pra caramba sem ao menos falar.

Já imaginou que lindo, filho? Um dia na igreja em frente ao altar
Os dois de mãos dadas jurando se amar
Entendeu filho? Conseguiu imaginar?
A versão mais real e linda que os contos de fadas não ousariam copiar.

Um amor que de tão intenso não vai embora com o passar do tempo
Agora chega de tentar te explicar, vá sentir, vá amar
Vá buscar o amor, um daqueles mais lindos
Que poeta nenhum conseguiu compor.