quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Não sabia ser intensa além de sentir...

Não sabia ser intensa além de sentir, nem se expressar e conseguir explicar tudo o que passava na sua cabeça de menina apaixonada. Muito menos tinha coragem pra tentar falar sobre tudo o que queria. Ela só sentia.
Às vezes uns versos no papel expressavam suas verdades, mas sempre com um véu pra esconder alguma coisa, algum segredo, alguma confidência.
Confidências essas feitas somente entre a men
te e o coração, numa tentativa de entendimento entre os dois. Um que tanto machucou o outro, outro que tanto confundiu um.
Não sabia falar sequer sobre uma gota do oceano de razões que havia dentro de si. Da imensidão de porquês não respondidos e respostas sem questionamento que encontrava em suas divagações.
Não sabia ser intensa além de estar ali. Estar presente em todos os momentos possíveis, colecionando mais razões e mais verdades.
Juntando prazeres aos amores, e guardando tudo numa caixa invisível.
Se pudesse contaria aos quatro cantos do mundo, todas as vontades de sua alma jovem e ainda pura. Mas não sabia ser intensa além de sentir.
Sua intensidade escondida atrás de seus olhos, como num redemoinho de formas e vento. Tentando preservar a menina, para se revelar em outro momento.

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