segunda-feira, 28 de julho de 2014

Mais uma segunda


O dia hoje parece que amanheceu com um motivo: me fazer chorar.
Começando com a dificuldade pra dormir e os pesadelos durante a noite. A manhã não prometia ser boa.
Levantei as 5 horas da manhã, como de costume às segundas-feiras, pra voltar pra Niterói e chegar no estágio às 9 horas. Chuva lá fora e muito frio, a cama me pedia mais uns 10 minutos. O sono insistia em desviar meu olhar de volta pra cama mas eu resisti.

Enquanto me arrumava aquele aperto no peito continuava, umas lembranças desagradáveis e suposições, sempre muitas delas. Frases como "E se eu tivesse feito diferente?", "Se eu não tivesse dito isto ou feito aquilo?" não me deixavam em paz.
Quando enfim saí de casa, dois sapos me esperavam pelo caminho, muito desespero e alguns gritos depois, cheguei no ponto a tempo de pegar o ônibus. Fone no ouvido, música rolando e vozes na minha cabeça. E a sensação de que a qualquer momento um rio de lágrimas cairia dos meus olhos.

Certas coisas que um abraço resolve, mas eu estava dentro do ônibus, cheio de pessoas estranhas, nada que pudesse me acalmar. O que fazer? Mais música, menos reflexão.
A lista ia de Nando Reis à Banda Malta, de Nx Zero à 5 a seco, passando pelo "Hate that I love You" no dueto de Ne-Yo e Rihanna até Combustível de Ana Carolina. Essas músicas ajudam a não refletir? Sério mesmo Jéssica?
Por sorte consegui adormecer no segundo ônibus, ainda a caminho da querida Nikiti. Mas quem disse que o sono, por menor que seja, não consegue me pregar peças? Lá vou eu acordar num belo susto depois de mais um pesadelo.

Quando cheguei observei a praia, tempo fechado, mar agitado e pra ficar bonito Pão de Açúcar e Cristo Redentor ao fundo. Não, o dia não melhorou nem um pouco, subi até minha sala com uma vontade louca de sentar e chorar, de colocar pra fora tudo o que tenho deixado preso, tudo o que tem ficado na garganta desde que tomei a decisão de pensar melhor antes de falar alguma coisa. Mas de repente eu me dei conta de que eu nem sequer sabia ao certo o motivo pelo qual queria chorar.
Durante o expediente lá fui eu ouvir Pitty e Engenheiros do Hawaii, mas isso também não ajudou. Detonautas talvez ajudaria, mas não dessa vez.
"Vitoria te marcou num vídeo". Fui ver. Era mais uma das brincadeiras do meu irmão, batendo na minha irmã. Assisti diversas vezes e amenizou um pouco a pressão que eu estava sentindo.

Quando cheguei em casa, sentei na cama e parei pra pensar, eu pude ver que nem sempre as pessoas nos querem bem, nem sempre elas lembram que existimos, nem sempre elas pensam no que sentimos. Nós também não pensamos sempre nos outros, não lembramos de não magoar as pessoas, com palavras ou atitudes. Todos cometem erros. O problema é persistir neles.

Deitei na cama, ainda pensando mas apenas buscando um meio de não pensar. Algo que me fizesse bem, que funcionasse como um remédio pra uma dor sem diagnóstico e sem nome. Ao pegar o celular, veio a lembrança da noite de domingo. Fotos e mais fotos com meu irmão pequeno, dois anos e meio de puro amor e travessuras.
Uma a uma me lembraram dos sorrisos e das brincadeiras. Uma a uma me lembraram dos beijinhos e dos "Jejé, beeeijo", ou "Jejé, te amo muito, muito!". A cada foto menos pressão no peito. A cada foto menos vontade de chorar. E por fim, mais uma vez o vídeo, pra rir de vez.

E o que eu percebi com isso? Mil pessoas podem te machucar, mil pessoas podem não se importar com o seu bem, com o que você sente ou com o que você está passando, estejam elas envolvidas nesse "problema" ou não. Se apenas uma te fizer sorrir, se apenas uma estiver de coração aberto do seu lado, se uma pessoa se importar em te fazer feliz pelo tempo que for... Todo choro ou "quase" choro vale a pena.
Uma certeza eu aprendi hoje: se dias melhores não chegarem, faremos os pequenos momentos juntos valerem a pena. E mais uma vez, meu irmão me ensinando a viver. De uma forma maluca mas completamente adorável.

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